Multinacional admite que houve sonegação em São Paulo

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Multinacional admite que houve sonegação em São Paulo

   A Coca-Cola admitiu ontem que, alertada pelo empresário Laerte Codonho, detectou um esquema na distribuição de seus produtos pela Panamco/Spal (Hoje Femsa) que, na prática, levava à sonegação de ICMS. O imposto devido foi pago pela mexicana Femsa no fim do ano passado. A engarrafadora, que atua em São Paulo, beneficiou-se de um programa de anistia a multas e juntos da Secretaria de Fazenda do Estado de São Paulo.

  “Codonho chegou a procurar a Coca em setembro e mostrou que havia evasão fiscal nas operações de fabricantes locais em São Paulo fizemos uma auditoria, constatamos que havia o problema e a fábrica de São Paulo recolheu o que era devido”, explicou Rodrigo Caracas, diretor jurídico da Coca-Cola. Segundo ele, o valor pago pela Femsa estaria “acima de R$ 10 milhões”.

   A “Operação Pangaia”, como foi batizado o plano de sonegação, funcionava da seguinte maneira os produtos Coca-Cola saíam da fabrica da Panamco em São Paulo como se o destino fosse o Estado de Mato Grosso do Sul, onde o ICMS é menor. Mas na prática, a bebida era vendida em São Paulo. O ICMS, portanto, deixava de ser recolhido Caracas não soube dizer por quanto tempo o sistema vigorou.

   Apesar de ter ocorrido no período em que a fabrica de São Paulo era controlada pela Panamco, a Femsa é que quitou a divida com o Fisco. A mexicana adquiriu a Panamco em dezembro de 2002 e assumiu a fabrica em maio do ano passado. Aparentemente, segundo Caracas, a auditoria realizada na compra da Panamco não havia detectado o problema. (RB)

  A Coca-Cola colheu em 2003 os frutos de uma mudança de estratégia empreendida pelo presidente Brian Smith, que assumiu a companhia no segundo semestre de 2002. Apesar de ter registrado uma queda nas vendas de bebidas entre 6% e 6,5%, acompanhado a retração do mercado, a companhia aumentou seu faturamento em cerca de 7%.

  “Isto é resultado de nossa estratégia de recuperação da rentabilidade, de vendemos a mercadoria por um preço um pouco maior”, explica o presidente. Segundo ele, isso não quer dizer a multinacional abandonou seu objetivo de atender todas as camadas da população. O que a empresa fez foi reformular seu mix de embalagens de produtos para os diferentes mercados.

   Uma das grandes novidades introduzidas pela companhia foi a campanha para ampliar as vendas de embalagens de vidro retornável inclusive de 1 litro de 1,25 litros com o custo da embalagem é menor que ela pode ser reutilizada varias vezes, a Coca consegue vender o produto mais barato, diz Smith.

  O processo já havia sido introduzido na Argentina, com bons tratados lá, os reformáveis, que deram a responder por apenas um mix de embalagens, hoje tem participação de 50% no Brasil. Porem quanto o incremento é pequeno em 2002, estima Smith, o vidro retornável representa 10% dando hoje 12%. “deveremos chegar dentro de 18 a 36 meses”.

  A Coca-Cola deve investir este ano R$550 milhões, 10 do verificado em 2003. Segundo Smith o país, do ponto de vista croeconômico, vai bem, mas o do consumidor, ainda não. Prevê um crescimento de 3.5 para este ano. (RB)


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